Hackers & Painters - Resenha crítica - Paul Graham
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Hackers & Painters - resenha crítica

Hackers & Painters Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Tecnologia e Inovação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 1449389554, 978-1449389550

Editora: O`Reilly Media

Resenha crítica

A Era da Computação está aqui, e para estruturar a mesma, vemos programadores, estudiosos do código e muitos outros profissionais construírem o mundo virtual. Este microbook vem para te explicar um pouco mais sobre como a revolução digital acontece, e como ela continuará acontecendo nos próximos anos, assim como - qual a melhor forma de aproveitar?

O autor aqui é Paul Graham, um programador, investidor e ensaísta. Ele é o nome por trás de diversos best-sellers, como "On Lisp" e "ANSI - Common Lisp". Ele também é a pessoa por trás da ViaWeb, um software que permite que usuários construam suas próprias lojas virtuais de uma forma muito mais fácil. Conheça mais do que este homem pode te ensinar nos próximos 12 minutos.

Sobre Nerds e Hackers...

Quando você era um adolescente, importava-se com moda? E com popularidade? Se a sua resposta é sim, provavelmente você não é exatamente um nerd, pela definição de Paul Graham. Por outro lado, moda e valores morais são fenômenos que ocorrem em um lugar, durante um período específico de tempo. Um exemplo extremo: a moral de muitos alemães durante a Segunda Guerra Mundial era bastante diferente dos valores de cidadãos alemães de hoje em dia, assim como a moda dos EUA nos anos 50 é totalmente diferente da moda atual.

Moda e valores mudam constantemente, porém uma tribo específica parece não se importar em seguir estas tendências. Os nerds. Seu foco é usar seu tempo para se tornarem mais inteligentes, sem aderir a convenções de moda ou se esforçarem para se tornarem populares. É claro que eles querem ser populares, mas diferente da maioria dos adolescentes americanos, eles preferem gastar seu tempo aprendendo coisas novas e resolvendo problemas, do que focando em se tornarem mais populares na escola. Além disso, se não ser muito popular pode ser algo que não é tão legal quando se está no colégio, esse desapego às coisas passageiras ajuda com que o nerd se dê bem no futuro, afinal, fora do colégio, popularidade importa muito menos que suas capacidades intelectuais. No mundo adulto e profissional, as habilidades intelectuais que ele desenvolveu ao longo dos anos tendem a se pagar com juros. Assim, os nerds, acabam se tornando hackers.

Sobre Hackers e Pintores...

Segundo Paul Graham, o termo hacker se refere a um programador excepcional, virtuoso. Isso mesmo, hacker não é o cara que invade seu computador e espalha vírus e malwares pela internet ou invade servidores de grandes empresas ou do governo. Um Hacker nada mais é que um grande programador. Para ser capaz de hackear, é necessário uma mente criativa, mais próxima à de um pintor do que a de um matemático, por exemplo. O hacker se identifica com o pintor, pois precisa resolver um problema criando um conceito, algo completamente novo, a partir de uma tela em branco. Outro ponto interessante: hackers e pintores, nunca sabem o resultado final que será gerado pelo seu trabalho. O Hacker começa a programar resolvendo problemas a medida que eles ocorrem, assim como um pintor, que começa pelo rascunho até chegar à versão final, passando por várias versões intermediárias.Um pintor não pinta sabendo como seu quadro se parecerá no final, assim como um hacker não sabe qual forma seu software tomará para resolver o problema a que se propõe. Além disso, ambos produzem trabalhos de valor abstrato. O valor de um quadro ou de um software se baseia no quanto as pessoas o apreciam e não em quanto tempo foi gasto para desenvolvê-los. Hackers são fazedores, como arquitetos, pintores e escritores.

Hackers e rebeldia... Segundo Paul, um hacker se parece muito mais com um pintor do que com um engenheiro de software. Para aprender a hackear, é necessário estudar o que outros hackers fazem e não buscar inspiração na ciência, necessariamente. Hackear é algo que se aprende observando os trabalhos já feitos anteriormente. Muitas pessoas pensam que a habilidade de um pintor de pintar é um talento com o qual as pessoas nascem e com hackers as coisas ocorrem de forma similar. O que elas esquecem é que os indivíduos que pintam bem dedicaram milhares de horas para chegar em um nível de qualidade que as pessoas apreciassem. Com os hackers isso ocorre da mesma maneira. Eles se interessam por desafios intelectuais e, após muita exploração, eles dominam seus estilos de hackear. Eles aprendem observando o trabalho de outros hackers e crescendo a partir dos seus trabalhos anteriores. Pintores e hackers sempre deixam um legado de trabalhos passados e você consegue aprender com eles, observando-os. Se você observa com atenção os trabalhos do passado cronologicamente, consegue ver em uma nova obra coisas aprendidas com a obra anterior.

Porém, muitas vezes a imensa vontade do hacker de aprender e se desevolver intelectualmente, pode implicar em infringir leis de copyright ou direito intelectual. Com uma enorme curiosidade intelectual a respeito de novas tecnologias eles, muitas vezes, podem quebrar algumas regras para explorá-las, em alguns casos até atuando ilegalmente. Quando a invasão de computadores foi classificada como crime, o FBI teve grandes problemas nas investigações, já que frequentemente o motivo dos hackers era simplesmente curiosidade intelectual. Porém, essa rebeldia dos hackers acaba sendo uma vantagem, por desenvolver uma habilidade de questionar ideias consolidadas e assim criar ideias inovadoras. A maioria dos hackers são nerds no sentido de que são pessoas inteligentes que não se importam com convenções sociais. Eles são especialmente habilidosos em questionar as coisas e aprimorá-las. Um hacker geralmente é um não conformista, um rebelde. Ele gosta de fazer coisas novas e muitas vezes não há tantas coisas legais nas quais queira trabalhar ou mesmo bons salários para trabalhar fazendo o que se gosta. Uma saída bem comum é ter um emprego durante o dia e usar as noites e finais de semana para hackear coisas novas.

Transformando Hacking em Capital

Paul Graham acredita que lançar uma startup é uma das formas mais prováveis de um hacker se tornar rico e ter o que deseja fazendo o que realmente gosta. Quando se trabalha em grandes empresas, o valor pago aos funcionários não cresce de forma exponencial. Ele cresce em incrementos lentos ao longo dos anos. Quando se fala de uma startup, o esforço necessário é muito maior, mas quanto mais a empresa cresce, mais seu patrimônio cresce consequentemente. Paul e seus sócios fundaram uma startup que oferecia um software de gestão de lojas na internet, chamada Viaweb e venderam a empresa por quase 50 milhões de dólares para o portal Yahoo.

Riqueza é diferente de dinheiro. Para Paul, muitas pessoas não entendem a dimensão da concentração de riqueza. Elas acreditam que a concentração de riqueza nas mãos dos mais ricos é um erro. Mas Graham acredita que concentrar riqueza não apenas é justo, mas é o melhor para a sociedade, afinal riqueza não é a mesma coisa que dinheiro. Riqueza representa as coisas que as pessoas querem, enquanto o dinheiro é apenas o meio de troca pelo qual as pessoas obtêm riqueza. Logo, para Paul, é óbvio que riqueza pode ser criada por qualquer pessoa, sem diminuir a riqueza de outros.

Um exemplo: Se você desenvolve um software que é algo que as pessoas querem nas suas horas vagas, é claro que você está criando riqueza, sem tomar algo de alguém. Não é preciso "tomar algo" para se criar novas riquezas, pois a riqueza não é um recurso limitado e escasso do qual os ricos se apropriam. Paul afirma que é bastante provável que os indivíduos mais ricos, como fundadores de empresas de atletas profissionais, realmente tenham trabalhado mais duro ou com mais produtividade do que outros. Faça algo que as pessoas realmente querem.

Assim como pintores, hackers também precisam agradar seu público. Ao fundar uma startup, o usuário final tem que ser a peça central em sua mente. Para começar, lance um protótipo de seu produto assim que possível, para coletar feedback de usuários reais. Um protótipo permite consertar erros e melhorar o produto para melhor se adequar às necessidades dos clientes. Para crescer sua empresa, você deve satisfazer as necessidades do usuário e, quanto mais usuários você tem, mais bem-sucedida será sua companhia. Isso também é um ciclo virtuoso: mais usuários geram mais receitas, que podem ser usadas para tornar seu produto ainda melhor e conseguir ainda mais usuários. Seu produto precisa ser fácil de usar. Seu design precisa ser elegante, simples e focado no seu usuário final.

Sobre linguagens de programação

Existem centenas de linguagens de programação. Você já deve ter ouvido falar de PHP, C++, Python, Java, Ruby, Javascript.

Para simplificar, uma linguagem de programação é como um idioma. É a maneira como o indivíduo e o computador se comunicam. Assim como o programador raciociona sobre os comandos dados ao computador em uma linguagem que remete ao seu idioma, o computador também o faz. Porém, o idioma do computador é o código binário, ou seja, uma sequência de zeros e uns que permite que ele execute os comandos passados pelos humanos. Por isso, muitas pessoas se perguntam sobre a necessidade de tantas linguagens diferentes e Paul é categórico: assim como nas linguagens faladas, pode ser mais fácil expressar certas coisas em uma linguagem do que em outra.

Em seu livro, Paul conta como a sua linguagem favorita, o LISP, ajudou sua empresa a crescer por ser uma escolha fora da curva. Então, o que é uma boa linguagem de programação? Uma que atende às necessidades de um hacker. Se uma linguagem é complicada demais ou limitadora, programadores vão simplesmente usar outra linguagem. No entanto, se a linguagem atender às necessidades dos hackers, ela se tornará popular, o que significa que eles a adotarão e a aprimorarão. Boas linguagens inevitavelmente ficarão melhores com o tempo, já que hackers trabalharão voluntariamente para encontrar erros e consertá-los. Linguagens de código livre (open source), como o Python, são criadas por um programador, mas posteriormente são liberadas para o público melhorá-las e adotá-las em seus próprios projetos.

Em geral, empresas preferem utilizar linguagens populares, amplamente adotadas, pois um software escrito em uma linguagem mainstream certamente será mais fácil de ser lido e alterado. Também será mais fácil encontrar programadores para o projeto. Usar uma linguagem mais rara, como o LISP, pode tornar difícil encontrar programadores, não é mesmo? Porém, pensar fora da caixa e adotar uma linguagem não tão popular pode ser a saída para se diferenciar da competição. Ela vai permitir que você tenha velocidade e, se você conseguir treinar sua equipe, não vai precisar competir por talento com outras empresas. A escolha pelo LISP funcionou bem para Paul e permitiu que a Viaweb fosse muito mais rápida que seus concorrentes e, assim, adquirida pela Yahoo por dezenas de milhões de dólares.

Notas Finais

Você não vai conseguir criar uma obra prima da pintura imaginando o resultado final antes de começar a pintar. Você precisa começar e ir gradualmente refinando sua obra. A mesma coisa vale para software. Se você se é um programador, você também é um pintor. Seu trabalho é de natureza criativa e você precisa se inspirar em resolver problemas diariamente para concluir seus "quadros" e tê-los apreciados pela sua audiência. E se você acredita nessa visão, criar uma startup e criar uma empresa amplamente apreciada pelos seus usuários e que condense o esforço de trabalho de dezenas de anos em apenas alguns, pode te deixar rico. Sim, startups criam riqueza exponencial e te permite reunir rebeldes como você em busca de uma visão de mudar o mundo e criar algo amplamente apreciado. A sua Monalisa.

Dica do 12':Que tal aproveitar o embalo do livro e conhecer os 15maiores hackers da história? Confira!

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Quem escreveu o livro?

Paul Graham é programador, escritor e investidor. Em 1995, ele e Robert Morris iniciaram a Viaweb, o primeiro software como empresa de serviços. A Viaweb foi adquirida pelo Yahoo em 1998, onde passou a ser a Yahoo Store. Em 2001, ele começou a publicar ensaios sobre paulgraham.com, que em 2015 obteve 34 milhões de páginas vistas. Em 2005, ele e Jessica Livingston, Robert Morris e Trevor Blackwell iniciaram o Y Combinator, o primeiro... (Leia mais)

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